No final da rua da Sofia e início da rua da Figueira da Foz (denominada assim a partir de 1903) acompanhando a actual rua João Machado situou-se de Outubro de 1856 até aos anos 20 do século XX a fábrica do gás. Era nesta fábrica que era produzido o gás para iluminação pública e privada da cidade que saía dali em tubos de ferro para os candeeiros de cobre da cidade. O gasómetro (tanque do gás) situava-se na rua João Machado que foi por essa altura denominada Rua do Gasómetro. Na fotografia ao lado (obtida da internet, sendo a digitalização de um postal antigo) pode ver-se essa zona (note-se a igreja de Santa Justa) com uma chaminé que deveria ser a da fábrica do gás. O gás era produzido pelo aquecimento a cerca de 1000oC do carvão numa retorta fechada o que dava origem a um gás combustível, mistura de metano e monóxido de carbono, que por vezes seria designado como gás carbónico nome que hoje usamos para o dióxido de carbono.
São muito interessantes as poucas marcas culturais que das fábricas do gás permaneceram até aos dias de hoje. Em Lisboa ainda hoje podem ser encontrados vestígios destas instalações e nos Maias de Eça de Queirós há um número significativo de referências à fábrica do gás e à utilização deste em iluminação. No final do século XIX quase todas as cidades tinham um fábrica do gás para iluminação.
Referências
J. M. Amado Mendes A área económica de Coimbra, CCRC, Coimbra, 1984.
[versão preliminar de Junho de 2010]
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1 comentário:
Muito interessante! Já não é a primeira vez que me cruzo com este blogue e a informação que nele encontro é sempre valiosa.
Parabéns!
Zé Veloso
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