[Aproveitando as férias fui tirando algumas fotografias e refletindo sobre o que vi.]
O turismo aumentou mais de 400% depois bancarrota e das erupções mediáticas dos vulcões, o que trouxe muitas vantagens, mas também bastantes dores de cabeça, refere o guia da Lonely Planet. Muito interessante nesta ilha é a limpeza e o cumprimento das regras. A maioria dos turistas interiorizou estas ideias, mas é preciso manter viva a ideia. No meio do nada pode aparecer uma pessoa a limpar e a recolher o pouco lixo que as pessoas deitam fora (porque em todos os lugares deitam). Noutros sítios podemos encontrar escrito que são os próprios que exploram o espaço que pagam multas se aparecer lixo. Uma das coisas que mais me interessava era o uso da energia geotérmica para obter energia. Em vários sítios vimos canos que conduziam o vapor para locais onde provavelmente faziam funcionar turbinas. A Islândia indica que toda a eletricidade que usa é renovável e que uma boa parte é geotérmica. Para a eletricidade doméstica usam essencialmente energia geotérmica, mas a industria, nomeadamente a da produção de alumínio, usa muita eletricidade e esta é obtida em parte em barragens. Sigríður Tómasdóttir (1871-1957) é considerada a primeira ambientalista da Islândia e conseguiu que fosse impedida a construção de uma barragem em Gullfoss que iria alterar esta queda de água que é visitada atualmente por milhares de turistas. Há um monumento evocativo desta na cascata, mas a maior parte das pessoas nem nota.Para se obter alumínio usa-se a bauxite, que é Al2O3, passando o Al3+, por eletrólise, para Al,
2 Al2O3 → 4Al + 3O2
Este processo tem de ser realizado a alta temperatura com a bauxite fundida. Para baixar a temperatura de fusão (com a mistura a temperatura de fusão baixa sempre) usa-se criolite, Na3AlF6, obtido atualmente de forma artificial, pois deste mineral, do qual só havia uma mina na Gronelândia, foi minerada até acabar. Escrito assim até parecia que estaria razoavelmente bem. Mas os elétrodos são de carbono e um produto adicional é o dióxido de carbono, por exemplo através do processo,
C + O2 → CO2
Este resultado preocupa muito o público, e também as empresas, pois as emissões de dióxido de carbono deste setor são quase 1% do total. Os maiores fabricantes estão a investigar elétrodos inertes que levem a que a libertação seja apenas de oxigénio. Entre o aeroporto internacional de Keflavik e Reykjavik há uma grande fábrica de alumínio que é bem visível pela sua dimensão e cores (tem uma uma enorme torre às riscas vermelhas e brancas e toda a outra parte é creme e verde (infelizmente não tenho fotografias). Esta instalação aparece em destaque no filme “Mulher em Guerra” no qual uma mulher procura sabotar os cabos elétricos para esta fábrica, mostrando uma parte das belas paisagens desta ilha. Mostra também algo que me chamou a atenção: a grande quantidade de postes de todo o tipo e feitios que transportam a eletricidade de todos os lugares da ilha. Nesta produz-se mais energia elétrica do que em qualquer outro lugar no mundo (a Noruega é o país que está mais perto) e é preciso transportá-la.Uma das coisas que me surpreendeu em Reykjavik foi o cheiro a enxofre da agua do banho. Pensei que era da casa, mas não era, pois noutra casa em que estivemos observei o mesmo. Mesmo a água fria, mais raramente, tinha por vezes esse cheiro. São compostos de enxofre, em particular ácido sulfídrico. Isto está bem descrito em dezenas de sites e os islandeses têm bastante orgulho da sua água. Entretanto, a água parecia-me escorregadia e fiquei a pensar no porquê. É quase certo que a água é em geral bastante básica e tem muita sílica, o que pode explicar esse efeito, penso eu, mas também pode ter sido impressão minha. De facto, reparei que as poucas hortenses que vi eram quase púrpura (também não fotografei), o que também indica que o solo era bastante básico.
Em Reykjavik, vimos bastantes coisas. Em particular, chamou-nos a atenção a escultura Solfár de Jón Gunnar Árnason, com o seu ar de barco viking, feita de aço inoxidável, ou o Harpa, o centro de congressos e sala de concertos na frente ribeirinha. É uma cidade pequena, mas simpática, que se visita rapidamente. Em Akureyri, no extremo sul, há, de alguma forma em contraponto, uma escultura também de Jón Gunnar Árnason. Nesta cidade, visitámos o jardim botânico. Se por um lado, ficámos surpreendidos com a riqueza de vegetação e de cores locais, por outro pudemos verificar o que já tínhamos notado noutros locais. Que as árvores têm muita dificuldade em crescer na ilha (em particular vimos um teixo que aqui em Portugal é uma árvore, na Islândia parece ser um arbusto). Tinha entretanto comprado um livro sobre os pigmentos tradicionais usados nas lãs e nota-se que na ilha havia poucas possibilidades. No entanto, os habitantes locais sempre gostaram muito de cor e continuam a gostar de lãs: nos supermercados a que formos havia sempre sempre novelos à venda; em Akureyri havia perto do museu de Arte Moderna uma intervenção em que todos os caixotes de lixo estavam “vestidos” com camisolas. Voltando aos pigmentos, julgo que não há localmente plantas que deem origem ao índigo (responsável pela cor azul), pois no livro referem que foi a importação deste pigmento que permitiu tingir com esta cor. O castanho, o amarelo e o verde são razoavelmente fáceis de obter localmente e há algumas plantas que permitem obter vermelho. Curiosamente, nesse livro é referido que pode ser obtido o verde de um tipo tremoço (Lupinus nootkatensis), mas parece-me ser um uso moderno, pois esse tremoço roxo é, segundo li, uma infestante moderna (https://hakaimagazine.com/features/why-iceland-is-turning-purple/) que notei em alguns, poucos, sítios. Também corantes vermelhos foram tradicionalmente importados, em particular a alizarina da garança e o ácido carmínico da cochonilha. As fumarolas, são um fenómeno que também temos nos Açores, eram muito extensas e, claro, mal-cheirosas. Cheirava a ovos podres devido aos compostos de enxofre e em alguns locais já se notava o amarelo do enxofre elementar. As poças borbulhantes negras devem ser mais complexas em termos de composição, mas a presença de muitos compostos de ferro e manganésio devem criar esse efeito. Aliás, muitas das rochas eram negras e as areias das praias muito negras provavelmente devido a compostos destes elementos. Em Húsavik visitei o museu da baleia, enquanto os meus filhos fizeram a viagem para observar baleias. Eles viram baleias vivas a alimentar-se eu eu vi a história da baleagem na Islândia, a fisiologia das baleias, entre outras coisas. No museu mostravam como na Islândia pelo menos desde o início do século vinte, quiseram acabar com a caça destes mamíferos. E que as maiores atrocidades foram cometidas por estrangeiros, nomeadamente noruegueses que aqui instalaram uma industria de processamento destes animais. Claro que tudo isto deve tomado com um grão de sal, tanto mais que as leis islandesas ainda permitem a caça destes animais. A realidade é que sobram muito poucos vestígios e memórias desta atividade que foi praticada desde tempos ancestrais (no museu há instrumentos de desmanche do animal muito antigos).Ainda em Húsavik vi por acaso uma grande fábrica de sílica (a única foto que tirei desta ficou desfocada). No site da empresa (https://www.pcc.is/) referem vários aspetos da sustentabilidade desta, em particular que a energia elétrica que usam é em grande quantidade de origem geotérmica. Não fique muito impressionado, pois continua a existir o problema do dióxido de carbono. O processo de produção de silício envolve duas fases. A obtenção de cerca de sessenta por cento de silício e quarenta por cento de carbeto de silício,
SiO2 + 2C → Si + 2CO
SiO2 + 3C → SiC + 2CO
Sendo que o resto do silício é obtido, numa segunda fase, a partir do carbeto de silício
SiO2+ 2SiC → 3Si +2CO
Como já referi, pode notar-se a tensão entre ter industrias e preservar o ambiente, mas em geral as coisas são bastante harmoniosas. Nesta terra e em Djupivogur (os sítios onde reparei nisso) há industrias de processamento de peixe que coabitam com a beleza da natureza. Como já referi, em Djupivogur reparei na aquicultura no mar e nos barcos que fazem os trabalhos de manutenção além dos tanques em terra. Há bastante discussão sobre a sustentabilidade da aquicultura, mas há sempre vários aspetos a considerar.Nesta parte da ilha as casas tradicionais são de madeira, muito parecidas com as da Noruega, mas em muito outros locais, em particular em Reykjavik, as casas antigas eram cobertas de chapas onduladas de metal. Tudo isto tem de ser pintado amiúde, senão fica rapidamente estragado (isso nota-se nas poucas casas e barracões abandonados que vimos). Ora dada essa necessidade de pintar e renovar, havendo hoje em dias uma infinidade de cores, as casas e telhados são pintados de todas as cores imagináveis o que dá um efeito bastante alegre.
Descemos a Grundarfjörður, vila costeira onde param cruzeiros e que é um dos locais mais fotografados da Islândia. Almoçámos numa estação de serviço e por detrás ficava um centro cultural, onde fomos por acaso e onde havia uma exposição com esculturas e fotos com lixo marinho. Ficámos espantados pois tinha dois modelos de moléculas, construidos usando bóias para representar átomos: etanol e ácido tetradecanóico (com 14 carbonos, C14H28O2). O etanol é muito conhecido como álcool, mas este é quase desconhecido. Não tem odor muito provavelmente. Os odores dos ácidos carboxílicos lineares são bastante interessantes. O ácido metanóico ou fórmico (CH2O2) tem um cheiro acre, parecido com o do vinagre, o do ácido etanóico ou acético (o conhecido vinagre, C2H4O2) é por demais conhecido, em seguida vem o ácido propanóico (C3H6O2) que tem um cheiro entre o vinagre e o ranço (bastante desagradável), depois o ácido butanóico (C4H8O2) com um cheiro de fugir a ranço, queijo ou meias sujas! A partir daqui os ácidos continuam a cheirar a ranço mas este cheiro vai diminuindo e para aí depois de nove carbonos deixamos de sentir o seu cheiro. Na Islândia não vimos cabras, mas há muitas ovelhas (cerca de 3 por cada islandês) a partir das quais se obtêm lã e carne. São ovelhas muito pouco gregárias e é usual vermos conjuntos de três que são a mãe e dois filhos. São muito ligeiras e afastam-se rapidamente do local onde são deixadas. Em setembro fazem a sua recolha, sendo identificadas atualmente pelos brincos. Tradicionalmente, os donos usavam uma tinta vermelha obtida de um pigmento inorgânico para as marcar e eram recolhidas em currais onde eram depois separadas. Vimos um desses currais do século XIX quando visitámos um vulcão extinto. Atualmente continuam a fazer a grande festa de recolha de ovelhas, o Réttir, no final de agosto, início de setembro.Nesta altura do ano (início de agosto) pudemos ver os papagaios do mar (conhecidos por puffins), quase não apanhámos gelo nem frio (e andámos muitas vezes de manga curta), e quase não choveu, mas não pudemos ver as auroras boreais. Não vimos nenhum vulcão, mas notámos a atividade de um quando estávamos a descer de avião. Temos de voltar.
[verified automatic translation]
[Taking advantage of the holidays, I took some pictures and reflected on what I saw.]
Tourism increased by more than 400% after the bankruptcy and the eruptions of volcanoes, which brought many advantages, but also a lot of headaches, says the Lonely Planet guide. Very interesting on this island is the cleanliness and the compliance with the rules. Most tourists have internalized these ideas, but it is necessary to keep them alive. In the middle of nowhere, a person can appear cleaning and collecting the little rubbish that people throw away (because they throw it everywhere). In other places, we can find written that it is the ones who exploit the space who pay fines if garbage appears.One of the things I was most interested in was using geothermal energy to get energy. In several places, we saw pipes that conducted the steam to other places where they probably operated turbines. Iceland indicates that all of the electricity it uses is renewable and that a good deal of it is geothermal. Domestic electricity essentially uses geothermal energy, but industry, namely aluminum production, uses a lot of electricity and this is obtained in part from dams. Sigríður Tómasdóttir (1871-1957) is considered Iceland's first environmentalist and managed to prevent the construction of a dam in Gullfoss that would alter this waterfall that is currently visited by thousands of tourists. There is a monument evocative of her in the waterfall, but most people don't even notice.To obtain aluminum, bauxite is used, which is Al2O3, passing the Al3+, by electrolysis, to Al,
2Al2O3 → 4Al + 3O2
This process has to be carried out at high temperatures with molten bauxite. To lower the melting temperature (with the mixture the melting temperature always drops) cryolite, Na3AlF6, is used. This is currently obtained artificially, as this mineral, of which there was only one mine in Greenland, was mined until it ran out. Written like that it even seemed like it would be reasonably fine. But the electrodes are carbon made and additional production of carbon dioxide is obtained, for example through the process,
C + O2 → CO2
This result worries the public a lot, and also the companies since the carbon dioxide emissions of this sector are almost 1% of the total. The largest manufacturers are investigating inert electrodes that lead to the release of only oxygen. Between Keflavik International Airport and Reykjavik, there is a large aluminum factory that is very visible due to its size and colors (it has a huge tower with red and white stripes and everything else is cream and green (unfortunately I don't have pictures). This installation features prominently in the film “Woman in War” in which a woman sabotages electrical cables for this factory (showing also part of the beautiful landscapes of this island). It also shows something that caught my attention: a large number of poles of various types and shapes that carry electricity from all over the island, where more electricity is produced than anywhere else in the world (Norway is the closest country) and it has to be transported.One of the things that surprised me about Reykjavik was the sulfur smell of the bath water. I thought it was from the house, but it wasn't, because in another house I observed the same thing. Even cold water, more rarely, sometimes smelled like that. This is due to sulfur compounds, in particular hydrogen sulfide, and it is well described on dozens of websites and Icelanders are quite proud of their water. Meanwhile, the water seemed slippery to me and I wondered why. Water is almost certainly very basic and has a lot of silica in general, which might explain this effect, I think, but it could also be just my impression. Also, I noticed that the few hydrangeas I saw were almost purple (I didn't take pictures either), which also indicates that the soil was quite basic.In Reykjavik, we saw a lot of things. Our attention was particularly drawn to the Solfár sculpture by Jón Gunnar Árnason, with its Viking boat look, made of stainless steel, or the Harpa, the congress center and concert hall on the riverfront. It's a small but friendly city that can be visited quickly. In Akureyri, in the extreme south, there is, somewhat in counterpoint, a sculpture also by Jón Gunnar Árnason. In this city, we visited the botanical garden. If, on the one hand, we were surprised by the richness of vegetation and local colors, on the other hand, we were able to verify what we had already noticed in other places. That trees have a lot of difficulty growing on the island (in particular we saw a yew tree that here in Portugal is a tree, in Iceland it seems to be a bush). In the meantime, I have bought a book on the traditional pigments used in wool and it was clear that there were few possibilities on the island. However, the locals have always been very fond of color and continue to be fond of wool: in the supermarkets we went to, there were always skeins for sale; in Akureyri, there was an intervention near the Museum of Modern Art in which all the rubbish bins were “dressed” in nightgowns. Returning to the pigments, I believe that there are no plants locally that give rise to indigo (responsible for the blue color), as in the book they state that it was the importation of this pigment that allowed dyeing with this color. Brown, yellow and green are reasonably easy to obtain locally and some plants allow you to obtain red. Interestingly, in that book, it is mentioned that the green can be obtained from a lupine type (Lupinus nootkatensis), but it seems to me to be a modern use, since this purple lupine is, according to what I read, a modern weed (https://hakaimagazine.com /features/why-iceland-is-turning-purple/) that I noticed in a few places. Red dyes were also traditionally imported, in particular, alizarin from Madder and carminic acid from cochineal.The fumaroles are a phenomenon that we also have in the Azores, they were very extensive and, of course, smelly. It smelled like rotten eggs due to sulfur compounds and, in some places, the yellow elemental sulfur was already noticeable. Black bubbling pools must be more complex in terms of composition, but the presence of many iron and manganese compounds must create this effect. Incidentally, many of the rocks were black and the sand on the beaches was very black, probably due to compounds of these elements.In Húsavik I visited the whale museum, while my children took the whale watching trip. They saw live whales feeding and I saw the history of whaling in Iceland, the physiology of whales, among other things. In the museum, they showed how in Iceland, at least since the beginning of the twentieth century, they wanted to end the hunting of these mammals. And that the greatest atrocities were committed by foreigners, namely Norwegians who installed an industry to process these animals here. Of course, all this must be taken with a grain of salt, especially as Icelandic laws still allow the hunting of these animals. The reality is that there are very few traces and memories of this activity that has been practiced since ancient times (in the museum there are very old animal dismantling instruments). In Djupivogur, a beautiful town on the east of the island, a whale-pulling hook was preserved in the small port, but without any information (I know it was because I saw one like it in S. Miguel in the Azores). In this locality, one could also note, if one pays close attention, the tension between the beauty of nature and art and the installations for aquaculture and fish processing both on land and at sea. To this must be added the whole question of aluminum that I have already mentioned and the production of electricity. But in general, the whole ensemble is quite harmonious and, of course, beautiful. And it should be noted that Iceland's most relevant productions are aluminum and other metals and fish processing. In addition to sheep and horses, for which the few arable lands are used to obtain fodder for the winter, all foodstuffs are imported (we passed through an area with greenhouses, but these were very few).While still in Húsavik, I happened to see a large silica factory (the only photo I took of this one was out of focus). On the company's website (https://www.pcc.is/) they refer to various aspects of its sustainability, in particular that the electricity they use is largely of geothermal origin. Don't be too impressed, as the carbon dioxide problem still exists. The silicon production process involves two phases. Obtaining about sixty percent silicon and forty percent silicon carbide,
SiO2 + 2C → Si + 2CO
SiO2 + 3C → SiC + 2CO
And the rest of the silicon is obtained, in a second phase, from silicon carbide
SiO2+ 2SiC → 3Si +2CO
As I already mentioned, the tension between having industries and preserving the environment can be noticed, but in general, things are quite harmonious. In this land and in Djupivogur (the places where I noticed it more vividly) there are fish processing industries that cohabit with the beauty of nature. As I already mentioned, in Djupivogur I noticed the aquaculture at sea and the boats that do maintenance work in addition to the tanks on land. There is a lot of discussion about the sustainability of aquaculture, but there are always several aspects to consider.
In this part of the island, the traditional houses are made of wood, very similar to those in Norway (they say), but in many other places, in particular, in Reykjavik, the old houses were covered with corrugated metal sheets. All of this has to be painted often, otherwise, it will quickly deteriorate (this can be seen in the few abandoned houses and sheds that we saw). Now given this need to paint and renovate, and the almost infinite number of colors that exist nowadays, the houses and roofs are painted in all imaginable colors which gives a very cheerful effect.We go down to Grundarfjörður, a coastal village where cruises stop and which is one of the most photographed places in Iceland. We had lunch at a service station and behind it was a cultural center, where we happened to go and where there was an exhibition with sculptures and photos with marine litter. We were amazed because it had two models of molecules, built using floats to represent atoms: ethanol and tetradecanoic acid (with 14 carbons, C14H28O2). Ethanol is very well known as alcohol, but this acid is almost unknown to the public. It has no odor most likely. The odors of linear carboxylic acids are quite interesting. Methanoic or formic acid (CH2O2) has an acrid smell, similar to that of vinegar, ethanoic or acetic acid (the well-known vinegar, C2H4O2) is well known, followed by propanoic acid (C3H6O2) which has a between vinegar and rancidity (quite unpleasant), then butanoic acid (C4H8O2) with a smell of escaping rancidity, cheese or dirty socks! From here on, the acids continue to smell rancid, but this smell decreases and after nine carbons, we no longer smell it. In Iceland, we have not seen goats, but there are many sheep (about 3 for every Icelander) from which wool and meat are obtained. They are very non-gregarious sheep and it is usual to see sets of three that are the mother and two children. They are very light and quickly move away from the place where they are left. They are collected in September and are currently identified by their earrings. Traditionally, the owners used red paint obtained from an inorganic pigment to mark them and they were collected in corrals where they were later separated. We saw one of these 19th-century corrals when we visited an extinct volcano. Currently, they continue to hold the big sheep gathering festival, the Réttir, at the end of August or the beginning of September.At this time of the year (beginning of August) we could see puffins (known as puffins), we hardly got ice or cold (and we often walked with short sleeves), and it hardly rained, but we couldn't see the northern lights. We didn't see any volcanoes, but we noticed the activity of one when we were descending from the plane. We have to go back.