Homem-Sol (imagem ParquedasNacoes.pt) |
De entre as muitas obras de arte urbana do Parque das Nações há várias esculturas de ferro. De entre estas saliento o Homem-Sol de Jorge Vieira (1922-1998) que tem vinte metros de altura, pesa quinze toneladas e está coberto de óxidos de ferro e Cursiva de Amy Yoes que é também feita de ferro, mas está pintada de verde.
Para além dos aspectos artísticos, olhemos para química envolvida nestas obras e em particular para a química dos materiais de que são feitas. Só recentemente na história da humanidade se conseguiu produzir ferro metálico. Primeiro como ferro forjado, quase sem carbono, e mais tarde como ferro fundido, saturado de carbono e silício. E só no século XIX se conseguiu produzir, de forma industrial, aço que é uma liga com quantidades intermédias de carbono entre o ferro forjado e o ferro fundido, na qual se pode também incorporar outros metais.
Cursiva (imagem ParquedasNacoes.pt) |
Também o pigmento verde usado na escultura Cursiva é digno de referência sobre o papel da química na melhoria da qualidade de vida das pessoas. Até à descoberta dos modernos e pouco tóxicos pigmentos orgânicos de elevada estabilidade que se usam actualmente, eram usados para as tintas verdes, pigmentos inorgânicos de crómio e cádmio, bastante tóxicos (mas felizmente pouco solúveis). E, no século XIX, chegou a ser uma verdadeira loucura (em todos os sentidos) o uso do verde de arsénio que originou inúmeros envenenamentos.
Ironicamente, a química tornou os pigmentos mais seguros e os materiais mais resistentes à corrosão, permitindo que possamos fruir da arte de uma forma que quase esquecemos a química!
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