[Estive em Vilnius, na Lituânia, pela primeira vez, numa conferência internacional de História da Química. Foi uma oportunidade para refletir sobre os vários aspetos da divulgação desta ciência, em particular por haver palestras sobre os aspetos materiais da visibilidade da Química e também sobre os aspetos filosóficos, sociais e sociológicos da sua invisibilidade. Uma das organizadoras, criou um poster com um mapa onde estavam os locais importantes para a Química em Vilnius e deixou espaços para acrescentar outros. Eu tomei essa iniciativa, em particular por achar que os lugares importantes poderem ser os inesperados. Foi bastante útil esse mapa, por me permitir também refletir sobre esses aspetos.]Vilnius é uma cidade relativamente pequena, com uma história bastante antiga, ladeada por um rio, o Néris, mas na qual um seu afluente, o Vilnia, é também importante. A sua história está cheia de ocupações, invasões, massacres e revoluções, as quais podem ser percebidas em boa parte no Museu Nacional da Lituânia (situado no antigo arsenal) e no Museu das Vítimas do Genocídio e Museu Judaico (destes, só visitei o primeiro). Vilnius comemora este ano, 700 anos da sua fundação, mas a Lituânia só se se tornou independente do império soviético em 1993. Católica quase desde a sua fundação, tem cerca de quarenta igrejas.
Nota-se alguma religiosidade (eu vi uma jovem a benzer-se demoradamente junto a uma igreja e assisti a uma parte de uma missa, onde havia muita gente ajoelhada), mas muitos habitantes não ligam nada à religião, imagino eu.
Desde que a Lituânia se tornou independente do império soviético, tem havido um esforço de modernização e adaptação ao ocidente bastantes impressionantes. É uma cidade muito verde, cheia de auto-pistas, preocupada com o ambiente, amiga das pessoas e viva e alegre (nos bares encontram-se ao fim da tarde sempre dezenas de jovens a rir, beber e conversar).
Neste texto irei falar essencialmente dos aspetos químicos em que pensei ou em que reparei enquanto lá estive. Em boa parte são aspetos locais, muitos não serão assim tão importantes (ou serão), mas, como acabou um conferencista que traçou a história da Química na Lituânia, parafraseando uma resposta que foi dada a Napoleão por um professor lituano - Andrius Sniadeckis (1768-1838), pioneiro da Bioquímica, que estudou em Paris, sobre o qual descerrámos uma placa durante o congresso - quando o exército de Napoleão ocupou esta nação: “é igual à dos outros países”. Foi também essa resposta que dei ao empregado de uma livraria quando este perguntou se achávamos (eu o e o meu colega) se a Química era forte na Lituânia. Há, no entanto, uma coisa que salta à vista. É uma cidade em que há muitos nomes “químicos” nas ruas. Por exemplo, há uma loja chamada “molécula”, uma loja de chocolate chamada “teobromina”, algumas lojas de café chamadas “cafeína” e lojas chamadas “droga.” Mas há várias lojas que prometem cosméticos naturais e até há uma loja chamada “biodroga”! Chamou-me a atenção uma placa evocativa de um químico importante da área da eletroquímica, que foi presidente da academia das Ciências, Juozas Matulis (1899-1993). Vi assim, duas placas evocativas de químicos, o que não é mau, embora, nesta cidade haja bastantes placas evocativas de poetas e escritores. Nas paredes da Rua da Literatura há mais de duzentas de obras de arte evocativas de outros tantos escritores que tiveram algo a ver com a Lituânia. Não há nenhum escritor português, mas dos conhecidos internacionalmente, podemos referir Jean-Paul Sartre e Gunter Grass.A primeira coisa que fizemos nas atividades do congresso foi visitar a Thermofisher Scientific, que tem em Vilnius uma grande instalação que envolve desde o desenvolvimento e a investigação até à produção de compostos e materiais. Começou por ser um instituto especializado em enzimas com mais de sessenta anos que foi comprado pela Thermofisher. Agora são feitos ali muitos outros produtos. Visitámos uma parte onde, se não me engano, criaram mais de 26 mil metros quadrados de “salas limpas” seguindo as normas GMP (Good Manufacturing Practices).
Estas são, de acordo com as normas GMP, usadas na indústria farmacêutica, com letras: C (até 3,52 milhões de partículas de 0.5 micrómetros e 29 mil partículas de 5 micrómetros, em operação); B (até 352 mil partículas de 0.5 micrómetros e 2,9 mil partículas de 5 micrómetros, quando em operação); e A (até 3,52 mil partículas de 0.5 micrómetros e 20 partículas de 5 micrómetros em operação), tudo por metro cúbico. Pode parecer muito, mas numa sala limpa normal poderemos ter 35,2 milhões de partículas de 0.5 micrómetros e 292 mil partículas de 5 micrómetros em operação. Vemos assim que ao passar para uma sala limpa de classe C o número de partículas apresenta valores 10 vezes menores aos de uma sala normal. E ao passarmos para uma sala limpa de classe B, o número de partículas diminui 10 vezes em relação à anterior de classe C, ou seja 1000 vezes em relação a uma sala normal. E finalmente ao passarmos para uma sala de classe A, teremos valores mais de 100 vezes inferiores, o que dará cem mil vezes inferiores ao de uma sala normal. E só referi os números em operação (em repouso são significativamente inferiores). Como é que isto é conseguido?Com filtros e com pressões um pouco superiores à do exterior. Há muitos outros cuidados a ter. Não ter papel perto, por exemplo, assim como outros materiais que libertem partículas. E estarem seres humanos nestas salas o menos possível. Nestas instalação produzem DNA com determinadas sequências que são pedidas pelos clientes, sílica gel de vários tipos, tamanhos e revestimentos, materiais para vacinas, entre várias outras coisas. Uma boa parte das atividades são automatizadas, pois a principal fonte de contaminações é, como referi, humana. Se não me engano, o percentagem de trabalhadores com licenciatura é superior a 95%. Esta empresa, patrocinou uma edição moderna do livro mais importante de Sniadeckis e a colocação da placa evocativa que foi inaugurada na presença de um jovem ministro cuja formação inicial é em Química. Quando cheguei à cidade, uma das primeiras coisas que me chamou atenção foi o enferrujamento dos cadeados que, como em qualquer cidade, são colocados pelos namorados nas pontes. Pensei que, como há muita neve no inverno e provavelmente usam sal (cloreto de sódio, mas também cloreto de cálcio) para a fundir através do abaixamento do ponto de fusão da solução, a combinação de água e iões cloreto faz com que o enferrujamento seja acelerado. Também me chamou a atenção a manutenção contínua que é feita e que é necessária especialmente nestes casos.Nos países bálticos há muito âmbar. Este, desde a pré-história, era apanhado no mar. Trata-se, como é sabido, de uma resina fóssil com grande percentagem de carbono. Quando é recolhido, é um material baço pois a sua superfície fica irregular com o tempo. Depois de lixado e polido, fica com o aspeto característico que conhecemos, dourado, mas há âmbar de outras cores, como por exemplo de cor branca. Algo comum a todas as formas é que é frágil e combustível. O âmbar em geral tem densidade 1.050-1.096 g/mL e afunda na superfície da água do mar (densidade 1.020-1.030 g/mL), mas flutua em águas do mar mais salinas. Alguns plásticos também flutuam, em particular o polietileno (densidade 0.941-0.967 g/mL). Mas o nylon (densidade 1.14 g/mL), o vidro acrílico (densidade 1.18 g/mL), a baquelite (densidade 1.3 g/mL) e o poliéster (densidade 1.38 g/mL) têm densidades mais altas e afundam, mesmo nas águas mais salinas. Fazendo um solução com três copos de água e um pouco menos de meio copo de sal, ficamos com uma concentração de sal de cerca de 15% de massa em volume que tem densidade 1,1 mL a 20ºC e na qual o âmbar flutua mas não a maioria das imitações de plástico. As imitações de vidro obviamente nunca flutuam, qualquer que seja a densidade da água do mar, já que tem densidade de cerca de 2.5 g/mL.Há imensas coisas que poderiam ser referidas, mas vou referir essencialmente as que investiguei, como referi. Perto do local onde estava instalado havia uma chaminé antiga preservada e prédios modernos. Procurei saber qual era a origem e percebi que era de uma antiga fábrica de meias (a Esparta) e deu origem a um complexo onde está as empresas Oxylab e a NordSecurity (o segundo unicórnio da Lituânia, segundo li), só sobrando a chaminé. Fundada em 1918, esta fábrica saiu da cidade, pertence agora a um grupo dinamarquês, mas ainda labora. Produz além de meias, roupas interiores, entre outras peças de roupa. Perguntam que é que as meias têm a ver com a Química? Para começar os materiais, mesmo naturais (algodão, lã e seda, entre outros, como bambu envolvem materiais de natureza química). Também os materiais artificiais (elastano, polipropileno, poliéster, entre outros), depois as combinações de materiais e as composições com propriedades particulares. Por outro lado, os corantes, para o tingimento, são também uma faceta importante da Química. Mas esta, assim, como outras coisas que poderemos considerar triviais, não estava no mapa elaborado pela minha colega. Neste mapa da Química em Vilnius, eram indicados os locais onde se fabricou vidro pela primeira vez, onde foram fundidos canhões, os locais onde se ensinou química, os locais das academias, os institutos vários, etc. Foi também indicado o local onde situavam as antigas associação de fabricantes de cerveja, fundidores, ceramistas, tecelões, sopradores de vidro, os locais das tipografias que imprimiram os primeiros livros de Química, assim como instalações modernas, etc. Trata-se de um documento notável e interessante, mas sempre incompleto. Na minha opinião, é necessário chamar a atenção coisas menos óbvias, como as roupas, a água canalizada e tratada, a iluminação pública, por exemplo.De facto, acho que devemos mostrar as ligações menos conhecidas e mais inesperadas. Numa rua, podemos encontrar uma estátua de homenagem ao “acendedor”. De que se trata? Que é que isto tem a ver com a Química? No século XIX a iluminação era realizada a gás, o qual era necessário ser acendido.
Fui ao Museu da Energia e da Técnica, situado numa antiga central de produção de energia elétrica que foi fundada em 1902, onde esperava encontrar alguma memória desse tempo (até por ter ficado com a ideia de que foi ali a fábrica do gás no século XIX) mas não encontrei qualquer memória, o que é pena. O museu que tem uma componente de Exploratório, onde se encontravam muitas crianças. Neste museu, privilegiavam-se sobretudo as componentes da central elétrica antiga, embora houvesse um modelo da central nuclear de Ignalina que foi desativada em 2009 e era similar à de Chernobyl, a qual permitia à Lituânia ser independente em termos de produção de energia elétrica e mesmo que a exportasse. Atualmente importa cerca de 70% da energia elétrica que usa, sobretudo da Suécia.
Numa rua encontramos uma estátua de um aguadeiro que era em geral um judeu pobre que ia buscar água ao rio. Podem perguntar o que é que isto tem a ver com química. Tem muito mais do que a estrutura molecular da água. Hoje a água é canalizada, recolhida com cuidado, analisada, tratada, vigiada ao longo do percurso até à nossa torneira. Antigamente contava-se com o facto de água ser corrente, ter bom aspeto, ser fresca e saber bem, mas pouco mais se sabia sobre a qualidade de líquido. Podia ter todas estas características e estar poluída ou contaminada com micro-organismos. Por isso, a estátua do aguadeiro, lembra-nos de tempos em que as coisas eram piores. O Jardim dos Bernardos é o jardim mais antigo de Vilnius. Este jardim, junto ao rio Vilnia é muito bonito e relaxante, havendo mesas com tabuleiros de damas, numas delas estavam tampas de águas e refrigerantes coloridas. Numa pequena parte podemos encontrar canteiros com plantas medicinais. Num dos seus extremos fica a elegante catedral de Santa Ana que apaixonou Napoleão ao ponto deste querer levá-la, pedra por pedra, para Paris, segundo uma lenda repetida em vários locais. Trata-se de uma catedral vermelha escura de tijolos de barro, mas tendo estes formatos bastante diferentes, os quais num lado mostram as formas que foram usadas. O barro é um material muito interessante e versátil que depois de cozido fica duro de forma definitiva pela libertação de água e formação de ligações covalentes rígidas. Numa das pontes sobre o Vilnia estavam mais uma vez cadeados enferrujados, mas notei um arbusto de sumagre e também bastantes insígnias relativas aos jesuítas. Do lado oposto fica a famosa “república” independente de Uzupis cuja constituição está escrita em dezenas de línguas. Não notei que estivesse em português e fiz eu essa tradução dos 42 artigos de que enfatizo o artigo 8: “Todos têm o direito de serem desconhecidos e indistintos”.Em Vilnius há muitos castanheiros-da-índia (Aesculus hippocastanum) cujos frutos são parecidos com os frutos do castanheiro-doce (Castanea sativa). Parecidos, mas em nada iguais. Os primeiros não são comestíveis, não têm o bico caraterístico, além de da cápsula onde estão ter formato muito diferente da outra. Devido ao vários compostos que contêm, em particular escina e várias saponinas, são usados para combater a traças. Há uma história que já contei noutra entrada de que na Grã-Bretanha houve um projeto para usar os seus frutos para obter acetona por fermentação e esta ser usada para a obtenção de pólvora sem fumo durante a primeira guerra mundial.
As paredes de Vilnius estão na maior parte caiadas, mas em vários locais é feita uma espécie de sondagem às paredes, revelando de forma intencional os tijolos e as pinturas antigas, deixando-os a descoberto quase sempre de forma harmoniosa. É assim, que na parede da universidade se podem ver vestígios de relógios do sol, por exemplo, e quase todas as paredes do Museu Nacional foram sondadas. A catedral, que foi usada para outros fins durante o período soviético, está caiada, mas está posto a descoberto a ligação desta com o palácio dos Condes da Lituânia (que não visitei). É nesta catedral que se situa do lado direito, uma capela notável com estátuas de prata e belos mármores que vale a pena visitar.O congresso decorreu num moderno instituto a cerca de seis quilómetros do centro onde está o Instituto de Física e Química. As paredes do edifício têm grandes azulejos e janelas hexagonais que lembram o grafeno. No átrio de entrada, mas colunas havia uma exposição de cientistas que tiveram as suas imagens em moedas e notas. Alexander von Humboldt, Marie Curie, Justus von Liebig, and others. A ciência de fazer moedas e notas tem muito que se lhe diga, mas vamos ficar com esta bela imagem de cientistas e ciência nos nossos bolsos. Entretanto, as coisas evoluem e cada vez menos se usa dinheiro, pagando-se com cartões e telemóvel.[Verified automatic translation]
[I was in Vilnius, Lithuania, for the first time, at an international conference on the history of chemistry. It was an opportunity to reflect on the various aspects of the dissemination of this science, in particular, because there were lectures about the material aspects of the visibility of chemistry and also the philosophical, social, and sociological aspects of its invisibility. One of the organizers created a poster with a map where the important places for Chemistry in Vilnius were and left spaces to add others. I took this initiative, in particular, because I thought that the important places could be the unexpected ones. This map was quite useful because it also allowed me to reflect on these aspects].Vilnius is a relatively small city with quite an ancient history, flanked by a river, the Neris, but in which a tributary, the Vilnia, is also important. Its history is full of occupations, invasions, massacres, and revolutions, which can be seen to a great extent in the Lithuanian National Museum (located in the old arsenal), the Museum of Genocide Victims, and the Jewish Museum (of these, I only visited the first). Vilnius celebrates 700 years of its founding this year, but Lithuania only became independent from the Soviet Empire in 1993. Catholic almost since its foundation, it has about forty churches. There is some religiosity (I saw a young woman blessing herself at length next to a church and attending part of a mass, where many people were kneeling), but many inhabitants don't care about religion at all, I think.Since Lithuania became independent from the Soviet empire, there has been a very impressive effort to modernize and adapt to the West. It is a very green city, full of freeways, concerned with the environment, friendly to people, lively and cheerful (in the bars, in the evening, you can always find dozens of young people laughing, drinking, and chatting).In this text I will talk mainly about the chemical aspects that I thought about or noticed while I was there. Most of them are local aspects, and many will not be that important (or will be), but, as a lecturer who traced the history of Chemistry in Lithuania ended by paraphrasing an answer that was given to Napoleon by a Lithuanian professor - Andrius Sniadeckis (1768-1838), pioneer of Biochemistry, who studied in Paris, about whom we unveiled a plaque during the congress - when Napoleon's army occupied this nation: "it is the same as in other countries". This was also the answer I gave to a bookstore clerk when he asked if we (I and my colleague) thought that Chemistry was strong in Lithuania. There is, however, one thing that stands out. It is a city in which there are many "chemical" names on the streets. For example, there is a store called "molecule," a chocolate store called "theobromine," some coffee stores called "caffeine," and stores called "drug." There are also several stores that promise natural cosmetics and there is even a store called "biodrug".My attention was drawn to a plaque evocative of an important chemist in the field of electrochemistry, who was president of the Academy of Sciences, Juozas Matulis (1899-1993). Thus, I saw two plaques evocative of chemists, which is not bad, although in this city there are plenty of plaques evocative of poets and writers. On the walls of Literature Street, there are more than two hundred works of art evoking other writers who had something to do with Lithuania. There are no Portuguese writers, but of the internationally known ones, we can mention Jean-Paul Sartre and Gunter Grass.The first thing we did in the congress activities was to visit Thermofisher Scientific, which has a large facility in Vilnius that involves everything from development and research to the production of compounds and materials. It started as an enzyme specialist institute over sixty years old that was bought by Thermofisher. Now many other products are made there. We visited one part where, if I am not mistaken, they have created over 26,000 square meters of "clean rooms" following GMP (Good Manufacturing Practices) standards. These are according to GMP standards, used in the pharmaceutical industry, with letters: C (up to 3.52 million particles of 0.5 micrometers and 29,000 particles of 5 micrometers in operation); B (up to 352,000 particles of 0.5 micrometers and 2,900 particles of 5 micrometers when in operation); and A (up to 3.52 thousand particles of 0.5 micrometers and 20 particles of 5 micrometers in operation), all per cubic meter. It may sound like a lot, but in a normal cleanroom, we might have 35.2 million 0.5-micrometer particles and 292,000 5-micrometer particles in operation. So we see that when we move to a class C cleanroom the number of particles is 10 times smaller than in a normal cleanroom. And when we move to a class B cleanroom, the number of particles decreases another 10 times compared to the previous class C cleanroom, or 1000 times compared to a normal room. And finally, when we move to a class A room, we will have values more than 100 times lower, which will be 100,000 times lower than in a normal room. And I only mentioned the numbers in operation (at rest they are significantly lower). How is this achieved? With filters and with pressures a little higher than outside. There are many other precautions to be taken. Not having paper nearby, for example, as well as other materials that release particles. And to have human beings in these rooms as little as possible. In this facility, they produce DNA with certain sequences that are requested by the customers, silica gel of various types, sizes, and coatings, and materials for vaccines, among several other things. A good part of the activities are automated, since the main source of contamination is, as I mentioned, human. If I am not mistaken, the percentage of workers with a college degree is over 95%. This company sponsored a modern edition of Sniadeckis' most important book and the placement of the evocative plaque that was inaugurated in the presence of a young minister whose initial degree is in Chemistry.When I arrived in the city, one of the first things that caught my attention was the rusting of the padlocks that, as in any city, now are placed by lovers on bridges. I thought that since there is a lot of snow in the winter and they probably use salt (sodium chloride, but also calcium chloride) to melt it by lowering the melting point of the solution, the combination of water and chloride ions causes the rusting to be accelerated. I was also struck by the ongoing maintenance that is done and is necessary, especially in these cases.
In the Baltic countries, there is a lot of amber. This, since prehistoric times, was caught in the sea. It is, as is well known, a fossil resin with a high percentage of carbon. When it is collected, it is a dull material because its surface becomes uneven with time. After sanding and polishing it gets the characteristic look we know, golden, but there are other colors of amber, such as white. Something common to all forms is that it is brittle and combustible. Amber, in general, has a density of 1,050-1,096 g/mL and sinks to the surface of seawater (density 1,020-1,030 g/mL) but floats in more saline seawater. Some plastics also float, in particular polyethylene (density 0.941-0.967 g/mL). But nylon (density 1.14 g/mL), acrylic glass (density 1.18 g/mL), bakelite (density 1.3 g/mL), and polyester (density 1.38 g/mL) have higher densities and sink, even in the saltiest waters. Making a solution with three cups of water and a little less than half a cup of salt, we are left with a salt concentration of about 15% mass by volume that has a density of 1.1 mL at 20°C and in which amber floats but not most plastic imitations. Glass imitations never float whatever the density of seawater is, since it has a density of about 2.5 g/mL.
There are lots of things that could be mentioned, but I will essentially mention those that I investigated, as I mentioned. Near the site where it was installed, there was an old chimney preserved and modern buildings. I looked up the origin and realized that it was from an old hosiery factory (Sparta) and originated from a complex where Oxylab and NordSecurity (Lithuania's second unicorn, I read) is located, with only the chimney left. Founded in 1918, this factory left the city, belongs now to a Danish group, but is still operating. It produces not only socks but also underwear, among other clothing items. You can ask what socks have to do with Chemistry. To begin with the materials, even natural ones (cotton, wool, and silk, among others, like bamboo involve materials of a chemical nature). Also the artificial materials (elastane, polypropylene, polyester, among others), then the combinations of materials and compositions with particular properties. On the other hand, dyes, for dyeing, are also an important facet of chemistry. But this, as well as other things that we might consider trivial, was not on the map drawn up by my colleague.In this map of Chemistry in Vilnius, the places where the glass was first made, where cannons were melted, the places where chemistry was taught, the places of the academies, the various institutes, etc. were indicated. Also indicated were the locations of the old associations of brewers, smelters, potters, weavers, and glassblowers, the locations of the printers who printed the first chemistry books, as well as modern installations, etc. This is a remarkable and interesting document, but always incomplete. In my opinion, less obvious things, such as clothing, piped and treated water, and public lighting, for example, need to be pointed out.I think we should show the less-known and more unexpected connections. On one street, we can find a statue honoring the "lighter". What is this about? What does this have to do with chemistry? In the 19th century lighting was accomplished with gas, which had to be lit. I went to the Energy and Technique Museum, located in an old power plant that was founded in 1902, where I expected to find some memory of that time (even because I got the idea that it was the gas factory there in the 19th century) but I didn't find any memory, which is a pity. The museum has an Exploratory component, where many children could be found. In this museum, the main focus was on the components of the old power plant, although there was a model of the Ignalina nuclear plant that was decommissioned in 2009 and was similar to the Chernobyl plant, which allowed Lithuania to be independent in terms of electricity production and even to export it. Today it imports about 70% of the electricity it uses, mainly from Sweden.On one street we found a statue of a waterman who was generally a poor Jew who fetched water from the river. You may ask what this has to do with chemistry. It has much more than the molecular structure of water. Today water is piped, collected with care, analyzed, treated, and watched over to our tap. In the old days, we used to count on the water running, looking good, being fresh, and tasting good, but little else was known about the quality of the liquid. It could have all these characteristics and be polluted or contaminated with microorganisms. That is why the statue of the water-taker reminds us of times when things were worse.The Bernard Garden is the oldest in Vilnius. This garden by the Vilnia River is very beautiful and relaxing, and there are tables with checkerboards, on one of them with colored water and soft drink lids. In a small part, we can find beds with medicinal plants. At one end of the cathedral is the elegant cathedral of Santa Ana which Napoleon fell in love with to the extent that he wanted to take it back, stone by stone, to Paris, according to local legends. It is a dark red cathedral made of clay bricks, but having quite different shapes, which on one side show the shapes that have been used. Clay is a very interesting and versatile material that after being fired becomes permanently hard by releasing water and forming rigid covalent bonds. On one of the bridges over the Vilnia were once again rusty padlocks, but I noticed a sumac bush and also quite a few insignias relating to the Jesuits. On the opposite side is the famous independent "republic" of Uzupis whose constitution is written in dozens of languages. I didn't notice that it was in Portuguese and I did this translation. From the 42 articles, I emphasize article 8: "Everyone has the right to be unknown and undistinguished".In Vilnius, there are many horse chestnut trees (Aesculus hippocastanum) whose fruits are similar to the fruits of the sweet chestnut tree (Castanea sativa). Similar, but not at all the same. The first ones are not edible, do not have the characteristic beak, and the capsule where they are located is very different in shape from the other. Due to the various compounds they contain, in particular escin and various saponins, they are used to fight moths. There is a story I have already told in another entry that in Great Britain there was a project to use their fruit to obtain acetone by fermentation and this was used to obtain smokeless gunpowder during the first world war.The walls of Vilnius are mostly whitewashed, but in several places, a kind of probing of the walls is done, intentionally revealing the ancient bricks and paintings, almost always leaving them uncovered harmoniously. This is how you can see traces of sundials on the wall of the university, for example, and almost all the walls of the National Museum have been probed. The cathedral, which was used for other purposes during the Soviet period, is whitewashed, but its connection to the palace of the Counts of Lithuania (which I did not visit) is uncovered. On the right side of this cathedral is a remarkable chapel with silver statues and beautiful marble that is worth visiting.The congress was held in a modern institute about six kilometers from the center where Physics and Chemistry Institute is located. The walls of the building have large tiles and hexagonal windows reminiscent of graphene. In the entrance hall, columns there was an exhibition of scientists who have had their images in coins and notes. Alexander von Humboldt, Marie Curie, Justus von Liebig, and others. The science of making coins and notes has a lot to live up to, but let's keep this nice picture of scientists and science in our pockets. Meanwhile, things are evolving and we use cash less and less, paying with cards and cell phones.References consulted
Petit Futé. Vilnius City trip. 2018.
National Museum of Lithuania. The High Castle of Vilnius. 2013.
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