No dia seguinte, fomos a Siracusa que está, como é bem conhecido, associada a Aristóteles. O que me chamou mais à atenção foi a forma curiosa das caleiras de queda de água. Do chão até cerca de dois metros eram de ferro que estava bastante corroído. Para cima podiam ser de cobre, loiça, ou mesmo plástico. Trata-se de uma cidade ao lado do mar e a corrosão do ferro é intensa devido à humidade e aos iões cloreto. Numa fonte, as estátuas de pedra estavam manchadas de castanho que em princípio é devido ao ião ferro.
Na Sicília a maioria das rochas de construção são calcários claros. Em Noto, estas rochas eram mesmo amarelas, o que dava um ar amarelado caraterístico ao local. Mas em Siracusa eram bastante brancas. Em Taormina, não se percebia bem qual era a cor predominante, mas andámos por ali e havia muitas rochas mais laranja, o que tem a ver mais uma vez, em princípio, com a presença de iões ferro. Mas também vi uma rocha negra de origem vulcânica que tinha sido coberta com uma espécie de cimento para parecer clara. Há muitos vestígios gregos na Sicília. Foi nesta ilha que a poeta Safo esteve exilada, mas não se sabe exatamente onde. A sombra tutelar do vulcão Etna, um dos vulcões mais ativos do mundo, é visível de muitos pontos, em particular numa das ruas principais de Catânia; naa rua onde está a estátua do elefante. Só lá fomos à noite, altura em que havia muitas pessoas nas ruas.Ficámos na última noite em Palermo, num dos apartamentos em que foi dividido o palácio de Pietro Lanza di Scordia (1807-1855), um político da independência da Sicília no século XIX, numa das ruas mais movimentadas que era pedonal. Lanza, chegou a ser presidente do governo e notabilizou-se no combate contra uma epidemia de cólera. Teve de se refugiar em Paris e depois em Génova, tendo acabado por morrer em Paris. Nesta cidade ainda são também visíveis os efeitos da Máfia, tanto nas homenagens e nos monumentos, como nalgumas organizações que referem o seu nome. Na catedral de Palermo, visitámos o túmulo brilhante de prata de Santa Rosália. No chão da catedral chamou-nos a atenção uma linha com símbolos que pareciam ser do zodíaco. Consultada uma placa que lá estava, desfez-se o mistério. Palermo procurou seguir os horários da Europa e para isso fez uma espécie de relógio de sol, usando a luz que vinha de uma abertura e incidia nessa linha. É curioso que os sicilianos é que estavam certos: a divisão atual do dia em 24 horas era a que seguiam.O palácio real é também o parlamento e tem em anexo a conhecida capela palatina. Ao visitar estas atrações turísticas chamou-me a atenção duas coisas. Numa exposição de arte moderna, estava a obra clássica de Michelangelo Pistoletto, “Vénus dos Trapos”, datada de 1967, que uso em slides para referir como a arte, já nessa altura, criticava esse aspeto do consumismo e da falta de sustentabilidade.
Chamou-me também a atenção as cópias de estátuas feitas em plástico usando impressão tridimensional. É de notar que a impressão 3D envolve vários aspetos químicos, nomeadamente esse de usar polímeros que fundem e solidificam. Há também muita beleza nestes aspetos modernos, para além dos vestígios gregos e da natureza.[verified automatic translation]
We arrived at Catania airport at night and went to a small town relatively close by, Acireale, where a popular local party was taking place. It was quite hot during the day, but we didn't feel it as much as in Rome.
The next day we went to Syracuse which is, as is well known, associated with Aristotle. What caught my attention the most was the curious shape of the waterfall gutters. From the ground up to about two meters was iron that was badly corroded. Upwards could be copper, earthenware, or even plastic. It is a city next to the sea and the iron corrosion is intense due to humidity and chloride ions. In a fountain, the calcareous stone statues were stained with brown which in principle is due to the iron ion.In Sicily, most construction rocks are light limestone. In Noto, these rocks were yellow, which gave the place a characteristic yellowish air. But in Syracuse, they were quite white. In Taormina, it was not clear what the predominant color was, but we walked around and there were many more orange rocks, which again, in principle, has to do with the presence of iron ions. But I also saw a black rock of volcanic origin that had been covered with a kind of cement to make it look clear. There are many Greek remains in Sicily. It was on this island that the poet Sappho was exiled, but it is not known exactly where.
The tutelary shadow of the Etna volcano, one of the world's most active volcanoes, is visible from many points, in particular in one of the main streets of Catania: the street where the statue of the elephant is. We only went there at night, when there were many people on the streets.We stayed for the last night in Palermo, in one of the apartments in which the palace of Pietro Lanza di Scordia (1807-1855), a Sicily independence politician in the 19th century, was divided, in one of the busiest streets that were pedestrianized. Lanza became president of the government and became famous in the fight against cholera. He had to take refuge in Paris and then in Genoa, eventually dying in Paris. In this city, the effects of the Mafia are still visible, both in the tributes and monuments as in some organizations that refer to it.
In the Cathedral of Palermo, we visited the shining silver tomb of Santa Rosalia. On the floor of the cathedral, a line with symbols that seemed to be from the zodiac caught our attention. After consulting a plaque that was there, the mystery was solved. Palermo tried to follow European timetables and for that he made a kind of sundial, using the light that came from an opening and fell on that line. Curiously, the Sicilians were right: the current division of the day into 24 hours was the one they followed.The royal palace is also the parliament and has the famous palatine chapel attached. When visiting these tourist attractions, two things caught my attention. In an exhibition of modern art, there was the classic work by Michelangelo Pistoletto, “Venus of Rags”, dating from 1967, which I use in slides to refer to how art already at that time criticized this aspect of consumerism and the lack of sustainability. I was also struck by the copies of statues made in plastic using three-dimensional printing. It should be noted that 3D printing involves several chemical aspects, namely using polymers that melt and solidify. There is also a lot of beauty in these modern aspects, in addition to the Greek remains and nature.
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