Fui ao Museu da Memória de Matosinhos há cerca de um ano. Achei-o muito interessante por várias razões, mas a principal está mesmo no nome. Todos os museus têm a ver com a memória, claro, mas os autores fizeram questão que essa palavra ficasse no nome do museu.O museu é num antigo palacete que é interessante em sim mesmo. Os gradeamentos de ferro pintado e os espelhos de água são muito interessantes. A água nos espaços públicos costuma ser tratada com cloro para evitar infeções, mas nem era disso que queria falar. Chamou-me a atenção o azul. Associa-se a água ao azul, mas a água é em boa parte transparente como se sabe. No entanto, a água absorve um pouco de radiação na zona do vermelho, por isso uma grande massa de água é azulada. Mas não é só isso que se apresenta muitas vezes azul. A água reflete a cor azul do céu, e finalmente, há vários truques para aumentar esse aspeto azulado, como usar azulejos dessa cor.A sala dos espelho congrega outros aspetos interessantes. Só lá estão neste momento espelhos novos, mas vários painéis não têm espelhos. Os vidros são muito duráveis, mas os espelhos nem por isso. No decurso de vários séculos, ou até de anos, os metais, nomeadamente o estanho, que dão o efeito de espelho, oxidam-se e os espelhos deixam de refletir as imagens. É uma memória que se perdeu, gostaria de ter visto um espelho antigo. Numa sala, há objetos romanos e imagens dos buracos que estes usavam para armazenar e tratar o peixe e outros materiais. Matosinhos era na altura dos romanos um importante ponto de paragem desses barcos. Esse é outro aspeto que tem a ver com a memória: as conserveiras. Muitas já desapareceram, embora ainda possamos encontrar os edifícios de bastantes. No passeio químico por Portimão referi a química envolvida nas conservas e por isso não vou repetir.
No Museu há muitas imagens do passado que podem ser vistas usando realidade virtual. E há um pequeno estúdio para as pessoas gravarem os seus testemunhos. E temos uma memória química recente que será interessante revisitar: a refinaria que foi desativada. Irei voltar a Matosinhos!
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I went to the Matosinhos Memory Museum about a year ago. I found it very interesting for several reasons, but the main one is in the name. All museums are about memory, of course, but the authors insisted that this idea stays in the designation.The museum is in an old palace which is interesting in itself. The painted iron railings and water mirrors are very interesting. Water in public spaces is usually treated with chlorine to prevent infections, but that's not what I wanted to talk about. Blue caught my attention. Water is associated with blue, but the water is largely transparent as we know. However, water absorbs some radiation in the red zone, so a large body of water is bluish. But that's not all that is often blue. The water reflects the blue color of the sky, and finally, there are several tricks to increase that bluish look, such as using tiles of that color.
The mirror room brings together other interesting aspects. There are only new mirrors there at the moment, but several panels do not have mirrors. The glasses are very durable, but the mirrors are not. For several centuries or even years, the metals, particularly tin, which give the mirror effect, oxidize and the mirrors no longer reflect the images. It's a lost memory, I wish I had seen an old mirror.In one room, there are Roman objects and images of the holes they used to store and treat fish and other materials. Matosinhos was at the time of the Romans an important stopping point for these boats. This is another aspect that has to do with memory: the canning plants. Many have already disappeared, although we can still find the buildings of quite a few. On the chemical tour of Portimão. I mentioned the chemistry involved in preserves and so I won't repeat it.
In the Museum there are many images from the past that can be seen using virtual reality. And there's a little studio for people to record their testimonies. And we have a recent chemical memory that will be interesting to revisit: the refinery that was decommissioned. I will return to Matosinhos.
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